A cama compartilhada, ou co-sleeping, refere-se à prática de dormir na mesma cama ou no mesmo quarto com um membro da família, como um filho, parceiro ou outro ente querido. É uma prática que varia culturalmente e pode ser uma escolha consciente de muitas famílias em todo o mundo.
Muitas famílias frequentemente compartilham a cama ou o quarto com seus filhos ou outros membros da família durante a noite ou parte dela. Esse hábito pode ser motivado por diversas razões, como preferência pessoal, restrições de espaço, desafios relacionados ao sono na infância ou até mesmo tradições culturais.
Além disso, um dos motivos é que os responsáveis podem experimentar maior senso de segurança ao compartilhar o sono com suas crianças durante a noite, estando próximos para prestar assistência, se necessário. Da mesma forma, as crianças podem sentir-se mais resguardadas ao adormecerem na companhia dos adultos. Entretanto, essa prática também apresenta algumas desvantagens a serem consideradas.
Entre as desvantagens estão:
● Podemos ter prejuízos no sono tanto da criança, como dos pais, como mais
despertares durante a noite, demorar mais para dormir, e consequentemente dormir
menos
● Ainda, há o risco de sufocar a criança ao compartilhar a cama
● A presença da criança pode prejudicar a relação do casal durante a noite. Sobre
este aspecto, é importante que os pais tenham um ambiente para relações que não
seja dividido com sua criança
● A criança ainda pode associar o início do sono com a presença dos cuidadores e só
conseguir adormecer na presença destes, tendo dificuldade em dormir sozinha ou retornar ao sono quando desperta a noite
Com base nisso, há algumas coisas que os cuidadores podem fazer para contornar essa situação, tais como:
● Estabeleça uma rotina pré-sono com sua criança
● Tornar o quarto da criança um lugar seguro e agradável para ela, não sendo um
lugar de castigo, estando sempre arejado, limpo, com colchão e travesseiros
confortáveis
● A criança tem que compreender que ela deve adormecer em seu próprio quarto ou
em sua própria cama. Para isso, a presença dos cuidadores deve ser retirada aos poucos, de modo que vão se distanciando da cama até o momento de saírem do quarto.
● Reforço positivo: Elogie a criança quando ela conseguir adormecer no próprio quarto. Ofereça incentivos e recompensas, como adesivos em um gráfico ou pequenos prêmios, para incentivá-la a cooperar.Lembre-se que não estou falando sobre comprar sua criança!
Por fim, seja consistente e seja paciente. A consistência é fundamental. Continue seguindo a rotina e os limites estabelecidos todas as noites para que a criança se sinta segura e saiba o que esperar. Lembre-se de que essa transição pode levar tempo, e é normal que a criança sinta alguma resistência inicial. Seja paciente e continue trabalhando no processo gradualmente.
Lembre-se de que cada criança é única, e o processo de fazer uma criança dormir no próprio quarto pode variar em duração. O importante é criar um ambiente seguro, tranquilizador e acolhedor para a criança, onde ela possa desenvolver hábitos saudáveis de sono.
RENATHA RAFIHI-FERREIRA, ILA M. P. LINARES, MARIA LAURA N. PIRES (ED.). O Sono da Criança e do Adolescente – Um guia para pais e cuidadores. [s.l.] Associação Brasileira do sono, 2023.
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