Quase todas as crianças, entre um e três anos de idade, fazem birra! Isso ocorre por causa da dificuldade que a criança tem de lidar com as frustrações, e isso é natural no processo de desenvolvimento. Elas querem ser independentes, mas ainda não têm habilidades para isso.

Algumas crises são para chamar a atenção e outras para protestar. Quando as crianças não são atendidas, choram ou gritam, entre outras atitudes, como bater na parede, fazer caretas e mostrar a língua. Eventualmente essas crises são mais intensas e graves, e a criança pode agredir os pais ou outras pessoas, bater a cabeça no chão ou atirar objetos, com prejuízo à sua segurança. Como agir?

Nas crises mais leves:

  • Distrair a criança, desviando sua atenção para outro foco.
  • Se não conseguir distraí-la, ignorá-la, desde que não corra riscos de se machucar.
  • Deixá-la sozinha em local seguro até se acalmar.
  • Continuar a fazer suas tarefas como se nada estivesse acontecendo, mesmo que outras pessoas estejam olhando ou pedindo para que você tome uma atitude.

Nas crises graves ou em púbico:

  • Retirar a criança do ambiente e levá-la para um lugar calmo.
  • Deixe-a gritar e espernear à vontade, sem dar atenção à criança.
  • Após acalmar, continue suas atividades normalmente.
  • Caso a criança esteja agindo de forma agressiva, dizer imediatamente que ela está errada, com firmeza e poucas palavras.

O que não fazer?

  • Ceder aos pedidos da criança.
  • Tentar convencê-la, fazer explicações complicadas.
  • Punir.
  • Perder a calma.
  • Agredir.
  • Prometer.

Prevenção:

Não é possível evitar todas as crises, mas algumas dicas podem ajudar os pais a diminuírem as expectativas de seus filhos:

  • Estabeleça regras claras, apenas para coisas realmente importantes.
  • As regras devem ser cumpridas sempre.
  • Seja delicado, porém firme.
  • Economize os “não pode” – deixe somente para casos que envolvam a segurança da criança.
  • Deixe a criança escolher entre duas opções : por exemplo, dois sapatos, dois brinquedos. Eventualmente não há escolha: isso tem que ser dito de forma que a criança entenda.

De uma forma geral, deve-se ajudar a criança, retirando objetos valiosos ou perigosos do seu alcance, evitando passeios longos e cansativos, e fazendo as tarefas na forma de brincadeiras.

Não espere que ela obedeça na primeira vez. Este é um processo de aprendizado que demanda tempo, persistência e paciência, e faz parte do desenvolvimento emocional da criança.

Fontes:
– Sociedade Brasileira de Pediatria
– Manual da nova consulta pediátrica – Dr Jayme Murahovschi