Você sabia?

No Brasil, os acidentes são a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. As principais causas de lesões não intencionais são acidentes de trânsito, afogamento, sufocação, queimaduras, quedas e intoxicações. A prevenção é a medida mais eficaz para evitar ou diminuir os riscos.

No consultório, o acidente mais comum que vejo é queda de lugares aparentemente seguros, como cama, sofá e trocador. Esse tipo de acidente acontece com mais frequência em crianças de até um ano, com risco de fratura e traumatismo craniano, mas também acomete crianças maiores, com quedas de muros e árvores, tombos de bicicleta, entre outros. Como na grande maioria dos casos essas lesões podem ser prevenidas, listo aqui algumas dicas para evitar as quedas:

  • Segurar o bebê com firmeza e atenção: a queda do colo é muito frequente;
  • Regular o berço conforme seu filho começa a ficar em pé e se apoiar nas laterais;
  • Não deixar seu filho na cama ou na cômoda sozinho nem por um piscar de olhos, eles são muito rápidos;
  • Manter uma mão segurando o bebê durante a troca de fraldas;
  • Nunca colocar o bebê conforto em lugares altos, como mesas e balcões;
  • Manter camas, armários e outros móveis longe das janelas, pois eles facilitam que crianças escalem e se debrucem para fora.
  • Fechar as escadas com grades;
  • Usar proteção em janelas e varandas;
  • Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o uso de capacete é fundamental, já que reduz o risco de trauma craniano;
  • Observar as características do parquinho que vocês frequentam: deve ser instalado em piso como um gramado, um piso emborrachado ou areia fina e não em piso de concreto ou pedra, para diminuir o impacto;
  • O uso de andadores não é aconselhado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pois podem causar quedas graves;
  • Por fim, o que é considerado o mais importante: um adulto sempre por perto e sempre atento.

O que fazer logo após a queda?

Em primeiro lugar, observar a criança cuidadosamente, procurar locais com inchaço ou sinais de fraturas. Coloque gelo ou uma bolsa de gelo em áreas inchadas e segure por 20 minutos. Se houver cortes com sangramentos, pressione a lesão com um pano limpo ou gaze por 10 minutos. Lembre-se que é normal a criança chorar logo após a queda, mas você deve procurar atendimento médico se:

  • Caiu de uma altura maior que 1 a 1,5 metros;
  • Foi atingido com muita força ou por algo se movendo muito rápido;
  • Tem menos de 6 meses de idade;
  • Perdeu da consciência por mais de 1 minuto após o trauma
  • Queixa de dor de cabeça muito forte ou que piora com o tempo;
  • Apresentar hematomas nos olhos (olho roxo);
  • Houver galo na cabeça, principalmente em região próxima da orelha e na parte posterior da cabeça.
  • Tem sangue ou líquido aquoso saindo pelo ouvido ou nariz.
  • Tem uma convulsão
  • Apresenta choro persistente, contínuo e irritado.
  • Tem dificuldade para andar ou falar, quando já tiver essas habilidades, parece confuso ou está agindo de maneiras que o preocupam;
  • Tem vômitos (mais de uma vez);
  • Apresenta dificuldade para acordar. (A pergunta mais comum dos pais é se podem deixar seus filhos dormirem após baterem a cabeça: sim, isso é normal após uma situação de choro,  mas há necessidade de atenção enquanto a criança dorme, observando a cada meia hora, para ver se o sono dela está leve e tranquilo, que se mexe ao ser tocada. Recomendo que durmam perto).

Lembre-se: a prevenção é o melhor caminho! Não esqueça de assinar a newsletter para receber mais informações em primeira mão!