Continuando a série sobre dificuldades na amamentação!

IV. MASTITE:

Neste caso ocorre um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama e pode evoluir para uma infecção bacteriana. Nota-se nódulos mamários dolorosos, inchados, e vermelhos, além de mal estar geral, calafrios, e febre alta. Geralmente ocorre em uma das mamas.

COMO EVITAR: 

    • esvaziar as mamas corretamente, evitando ingurgitamento das mesmas;
    • técnica correta;
    • evitar bicos;
    • evitar uso de piercing no bico do seio.

COMO TRATAR:

  • esvaziar corretamente as mamas, evitando o acúmulo de leite; isso deve ser feito através da amamentação ou da ordenha manual.
  • uso de antibiótico receitado de forma adequada pelo seu médico;
  • uso de analgésicos para dor, também de acordo com a receita médica;
  • repouso;
  • usar sutiã confortável, nunca apertado;
  • aumentar a ingesta hídrica;
  • manter os mamilos limpos e secos;
  • evite deixar as mamas muito cheias de leite (ingurgitadas)

PROCURE UM MÉDICO SE:

  • notar saída de pus da mama
  • os sintomas não melhorarem após dois dias de tratamento adequado;
  • A dor e o inchaço estiverem pior;
  • Tiver uma linha vermelha se estendendo da mama até a axila;

V. BAIXO GANHO DE PESO:

Muitas vezes vejo que isso é um fator que prejudica a amamentação pois é esperado que o RN ganhe peso em um determinado ritmo. Esse baixo ganho de peso pode ser real, ou não. Por isso precisamos de muita atenção nesse ponto.

O baixo ganho real pode ser causado pela má técnica de amamentação, medicamentos ingeridos pela mãe, doenças maternas, malformações da mama, malformações do bebê, prematuridade e/ou gemelaridade, sucção ineficiente do bebê, entre outros fatores. Raramente ocorre baixa produção de leite! E todos esses fatores podem ser tratados, e se isso for feito de forma adequada, podemos resgatar e manter o aleitamento materno exclusivo.

Já o baixo ganho não real, que é o mais frequente, muitas vezes reflete uma ansiedade dos pais e até do profissional de saúde que acompanha esse bebê. Devemos lembrar que o recém nascido perde até cerca de 10% do peso de nascimento, e pode recuperar esse peso até 14 – 15 dias após o parto. Sendo assim, é muito importante que a expectativa de ganho de peso nesta faixa etária seja bem avaliada, evitando a introdução desnecessária de outros leites, de mamadeiras , que poderão levar ao desmame precoce.

VI. DOENÇAS MATERNAS:

Algumas doenças podem dificultar a amamentação. As contraindicações formais de amamentação até o presente momento são as mães portadoras dos vírus HIV e HTLV-1. Outras doenças devem ser avaliadas de forma individual. Por exemplo, a insuficiência cardíaca na mãe no geral impede a amamentação pelo comprometimento da saúde materna. Mães com câncer podem amamentar dependendo do estágio da doença, do tratamento, e o estado físico da mãe.

No caso de doenças psiquiátrica, também depende do quadro clínico geral da mãe, e a amamentação pode ser liberada desde que haja supervisão adequada.

Conte sempre com seu pediatra!

Fontes:

  • Sociedade Brasileira de Pediatria.
  • Manual na nova consulta pediátrica – Jayme Murahovschi
  • Reasons for Earlier Than Desired Cessation of Breastfeeding – Pediatrics 2013;