Cuidados com a saúde mental: precisamos lembrar dela!

A depressão é considerada pela OMS o mal do século. Na infância e na adolescência o número de casos vem aumentando a cada ano. É a terceira maior doença entre adolescentes e é a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 25 anos no mundo. Estima-se que uma em cada quatro a cinco crianças e adolescentes tenha algum transtorno mental. 

A maioria dos casos de transtornos mentais começa na puberdade, principalmente entre as meninas, mas pode aparecer na infância também. Não se trata de uma manha, um capricho, ou preguiça. É uma doença, precisa ser corretamente diagnosticada e tratada.

Alguns sinais de que a saúde mental do seu filho não vai bem, de acordo com a faixa etária:

  • 2 a 5 anos: 
      • sintomas como parar de comer, ou apresentar dores quando nada está realmente errado, mais comumente dor na barriga;
      • pesadelos recorrentes;
      • problemas repetidos de escape de xixi ou cocô após já ter aprendido.
  • 5 a 7 anos: 
      • dificuldades e recusa escolar, ansiedade, fobia, irritabilidade;
      • retraimento social, falta de prazer em brincar, não gostar de coisas que costumavam deixá-lo feliz.
  • 8 a 12 anos: 
      • perda do prazer, falta de esperança, humor triste ou irritadiço durante a maior parte do dia. Pode falar que está triste ou irritado ou pode apenas parecer mais choroso ou incomodado;
      • ansiedade, recusa escolar, desejo de morte.
  • 13 a 18 anos:
      • irritabilidade, inquietação, isolamento social (não quer estar com a família ou amigos), agressividade, problemas com drogas lícitas e ilícitas;
      • falta de energia ou incapacidade para realizar tarefas simples;
      • sentimentos de inutilidade ou culpa, baixa autoestima, maior sensação de cansaço, pensamentos negativos sobre si e em relação ao futuro.
      • ideação e atos suicidas;
      • perda de entusiasmo por atividades que despertavam interesse e prazer;
      • mudanças nos padrões de sono (dormir muito pouco à noite ou muito durante o dia) e de apetite: excesso ou falta de fome. Alteração acentuada no peso, para cima ou para baixo;

A presença de qualquer um desses sinas não significa que a criança ou o adolescente está deprimido, mas, se eles persistem por mais que 2 semanas, ou se há referência à morte ou ao suicídio, é um sinal de alerta.

Cuidados preventivos para uma boa saúde mental na infância: 

  • os cuidados básicos: dieta saudável, sono suficiente, exercício e conexões positivas com outras pessoas em casa e na escola;
  • limitar tempo de tela: celular, televisão, tablet e computador;
  • incentivar a atividade física para ajudar a desenvolver conexões positivas com os outros;
  • estabelecer rotinas: eles precisam de hora certa para acordar, comer, tomar banho e dormir;
  • ler para seu filho durante a primeira infância: o hábito da leitura fortalece o vínculo afetivo, ajuda a lidar com as emoções e colabora para o raciocínio, o aprendizado da linguagem, o estímulo à atenção e à memória. Estimular a leitura quando forem mais velhos;
  • separar um tempinho de pais com filhos; 
  • elogiar o bom comportamento, com sinceridade e sem exageros;
  • conversar sobre bullying;
  • procurar um escola que possa dar suporte adequado;
  • Conversar, conversar, conversar muito.

Se você acha que seu filho pode estar desenvolvendo um quadro de depressão, converse com seu pediatra. O diagnóstico correto permite o tratamento mais adequado. Crianças e adolescentes com depressão devem ter um tratamento multidisciplinar, com profissionais capacitados e envolvimento da família. Carinho, apoio e atenção são fundamentais.