Apesar das inúmeras vantagens do aleitamento materno para a mãe e o bebê, algumas doenças maternas exigem atenção especial durante esse período. Vamos discutir as principais situações que podem representar obstáculos para a mãe ou serem potenciais fontes de infecção para a criança.
Nas doenças não transmissíveis, o aleitamento pode ser temporária ou definitivamente contraindicado quando a condição física da mãe está comprometida. Exemplos incluem algumas doenças cardíacas, renais, psicose, depressão pós-parto grave, entre outras.
Quando falamos de doenças infecciosas, algumas delas são causadas por bactérias, vírus, parasitas e fungos. De modo geral, as infecções bacterianas não contraindicam o aleitamento, exceto em alguns casos que podem exigir interrupção temporária, como meningite, osteomielite e tuberculose. No caso da sífilis, se houver lesões na aréola ou no mamilo, a amamentação deve ser suspensa até a cicatrização dessas lesões. Já as doenças causadas por parasitas, com exceção da doença de Chagas, não são contraindicações para a amamentação.
Algumas infecções virais, no entanto, requerem mais cautela. Mães infectadas pelos vírus da hepatite B ou C devem estar atentas a lesões nas mamas, já que o contato com o sangue pode representar um risco de transmissão, conforme apontam alguns estudos. O HIV, por sua vez, pode ser transmitido pelo leite materno, sendo contraindicado o aleitamento no Brasil. Da mesma forma, o Ministério da Saúde contraindica a amamentação para mães portadoras do vírus HTLV (vírus T-linfotrópico humano).
Uma infecção fúngica bastante conhecida é a candidíase, causada pelo fungo *Candida albicans*. Se a mãe tiver lesões nos mamilos ou o bebê apresentar infecção na boca (sapinho), é necessário tratar ambos, mas a amamentação pode continuar normalmente.
Além das doenças mencionadas, outros fatores podem interferir na produção de leite, como estresse materno, obesidade, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes, que podem atrasar o início da lactação.
Por isso, é essencial que a mãe consulte sempre seu médico de confiança, para realizar os exames e diagnósticos adequados. O profissional deve avaliar cada caso de forma individual, para garantir que o aleitamento materno não seja interrompido sem necessidade.
Texto escrito em conjunto com Giovanna Lamussi.
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Abraços,
Dra Mariana Manini – Pediatra
CRM 91662
RQE 32926
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Referências:
– Lamounier JA, Moulin ZS, Xavier CC. Recomendações quanto à amamentação na vigência de infecção materna. J Pediatr (Rio J) [Internet]. 2004 Nov;80(5):s181–8. Available from: https://doi.org/10.1590/S0021-75572004000700010
– Departamento Científico de Aleitamento Materno. Doenças maternas infecciosas e amamentação. Sociedade Brasileira de Pediatria. N° 2, agosto 2017. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Aleitamento_-_DoencMat_Infec_e_Amam.pdf
imagem: Pixabay
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