A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa frequente em crianças em idade escolar, a partir dos 2 anos de idade, sendo rara nos lactentes devido à proteção promovida pelos anticorpos pelo leite materno. Os casos acontecem sobretudo nos meses frios, como inverno e outono.
A bactéria de maior prevalência responsável pela escarlatina é chamada de Estreptococo beta hemolítico do grupo A, bastante comum no dia a dia, causadora também de outras doenças como amigdalite e pneumonia.
Esse fator de causa comum nos leva a pensar: como as amigdalites são tão frequentes e a escarlatina tão desconhecida? O que acontece é que apenas uma pequena parte das pessoas infectadas desenvolvem escarlatina, são aquelas sensíveis às toxinas produzidas pela bactéria.
As formas de transmissão dessa bactéria são diversas. Tanto as crianças infectadas pela bactéria sem sintomas, quanto as doentes sintomáticas podem transmitir esse doença. O contato direto com a saliva ou secreção nasal já é suficiente para a transmissão. Esse contato pode ser através da tosse, espirros e objetos compartilhados levados ao nariz ou boca.
A partir da exposição ao agente, essa bactéria pode ficar de 1 a 10 dias circulando no organismo até que ocorra o período de incubação e os sintomas comecem a aparecer.
Sintomas:
-De início repentino com febre alta que se reduz nos dias seguintes
-Dor e desconforto na garganta intensos
-Manchas vermelhas na pele que aparecem por volta do 2º dia, com aparecimento em sequência no tronco, face, pescoço, membros, axilas e virilha. Somente as mãos, as plantas dos pés e ao redor da boca são poupados
-Caroços avermelhados recobertos com uma película branco-amarelada na língua. Com a progressão, a película dá lugar a um aspecto de papilas inchadas e arroxeadas
-Falta de apetite
-Mal-estar geral
-Aumento dos gânglios ao redor do pescoço
-Dor no corpo, de barriga e de cabeça
-Náuseas e vômitos
O diagnóstico deve ser feito pelo médico através da observação e do exame clínico na criança.
O tratamento é feito através do uso de antibióticos receitados por um médico, enquanto o alívio de sintomas associados, como dor e febre, pode ser feitos por analgésicos.
Algumas complicações estão associadas à escarlatina, por isso é importante o diagnóstico precoce e início do tratamento por orientação médica.
As crianças diagnosticadas devem permanecer afastadas das atividades por ao menos 24 horas após o início do tratamento, a fim de evitar a contaminação de outras crianças.
Não existem ainda vacinas que previnam a escarlatina, por isso é importante a divulgação dessa doença, junto de seus principais sintomas e medidas após o diagnóstico.
Fontes:
Escarlatina: Orientações para surtos. Secretaria do Estado da Saúde. Coordenadoria de Controle de Doenças: divisão de doenças de transmissão respiratória
Informe Epidemiológico: Escarlatina. Vigilância Epidemiológica: Prefeitura de Jundiaí.
Escarlatina: Biblioteca Virtual em Saúde: Ministério da Saúde.
Texto escrito pela aluna de medicina da PUCCAMP Júlia Di Piero, através do projeto de apadrinhamento, e revisado por mim.
Dra Mariana B. Manini – CRM 91662
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